Grupos criam rodas de conversa para mulheres sáficas

Encontros oferecem espaços seguros para mulheres lésbicas e bissexuais, onde trocam experiências e desenvolvem atividades em conjunto

mar 07, 2025

Naína Tumelero tinha 25 anos quando percebeu ser uma mulher lésbica. Era jovem, claro. Mas passara anos tentando se ajustar às expectativas de uma sociedade heteronormativa e se sentia "atrasada". Era como se suas experiências, enquanto mulher lésbica, fossem insuficientes. Para piorar, Naína era recém-chegada a uma cidade desconhecida: acabara de se mudar para Curitiba, capital do Paraná. “Eu sentia falta de trocas significativas e validação”, conta.

No final de 2024, uma amiga lhe fez um convite: que tal se ela participasse de uma reunião do Vozes Sáficas? O projeto, criado pela coordenação nacional de mulheres lésbicas da Aliança Nacional LGBTI+ e pelo Grupo Dignidade, reúne mulheres que se sentem atraídas por mulheres, para que possam ter momentos de troca de vivências.

A ideia é que seja um ambiente seguro e que permita a construção de uma rede de apoio, para aquelas que se mudaram de cidade ou que ainda não tenham vínculos muito bem construídos com mulheres da comunidade.

Naína se interessou e resolveu comparecer. Desde então, passou a frequentar as reuniões mensais.

Hoje, há iniciativas como essa espalhadas pelo país. Sua importância ganha relevo quando considerada a dimensão da saúde mental: a prevalência de transtornos de ansiedade é maior entre mulheres lésbicas e bissexuais. Isso ocorre, muitas vezes, por conta de fatores sociais, como a violência de gênero. Não ter espaços em que se sintam confortáveis para se expressar é um obstáculo para a construção de uma rede de apoio.

Na Brasil de Direitos, você confere detalhes dessa história.

Boa leitura!